Escritos em aula


Aqui estou eu no Outono de 2017, a escola á pouco começou e já sinto o cansaço nos ombros causado pelo peso monótono dos livros do 12º ano, sim 12º que ansiedade de acabar o secundário, e +ela sonolência matinal que transforma qualquer um numa preguiça andante.

  As minhas semanas passaram de ribalta e banhos de sol na praia com amigos, não é que tenha servido de muito pois continua branca de neve, para controlo total nos relógios com medo de me voltar a atrasar para quaisquer compromissos que tenha. De manhã á noite o tempo acompanha-me contado ao minuto, com pouca margem de erro para não ser o amigo que chega sempre atrasado ou o aluno pouco assíduo da primeira aula da manhã.

  Comecemos por onde tudo começa, o início, de manhã, com o nascer do sol, abrem-se os meus olhos esticam-se as minhas pernas e preparo-me para um banho indesejado pelo frio que se faz sentir enquanto espero desesperadamente que chegue a água quente, dormir num primeiro andar trem as suas desvantagens, quem diria. Depois da higiene tratada vou deambulando para a escola com olheiras de quem sofre de alguma perturbação do sono, sim adivinharam o meu nome do meio, Sono. Finalizadas as aulas dirijo-me para casa onde excecionalmente tenho que preparar o meu almoço começo a programar a sessão da tarde. Para começar veem as aulas de código, secantes, repetitivas e sempre com caras novas. Logo a seguir, quase que ao lado da escola de condução segue-se o ginásio, dos poucos sítios onde me sinto mais á vontade e liberto alguma raiva ou stress anteriormente adquiridos, normalmente vou com amigos, para além de facilitar a vida a cada um, ajuda a passar o tempo e sempre desenvolvemos um sentido de companheirismo que se prolonga até aos trabalhos de grupo, escolares. Completa a rotina desportiva, “we got to be fit right?”, e de volta para casa, janto, sento-me em frente á minha besta, faço os trabalhos de casa, sim claro quem é que estou a tentar enganar e preparo-me para mais um dia junto ao relógio com os passos contados.

  Hoje, neste preciso momento, não aquele em que estão a ler mas sim quando estava a escrever, encontro-me num desses dias, mais especificamente na aula de português a escrever este texto e reflito, MAS QUE RAIO É QUE EU FAÇO AQUI?

Henrique Firmino, 12E


Ignorância

O ato de não saber, o ato de não ter conhecimento, o ato de não compreender. Existe uma panóplia de situações em que a ignorância pode ser o termo a usar: quando não se entende do assunto falado, quando não se compreende situações ou pessoas, por entre os restantes. As causas podem ser diversas, mas não é disso que aqui se trata.

Para nós, países desenvolvidos, a ignorância é uma escolha para a grande maioria da população. Falo em termos de assuntos específicos, como a luta pelos direitos da comunidade LGBTQ+, as picardias e promessas políticas à berma de mudar nações inteiras, ou mesmo a noção de como são tratados, em vida, os seres que mais tarde saciam o nosso delicado apetite. A grande maioria das populações desenvolvidas tem claras e enormes oportunidades diariamente de pôr um fim à ignorância que sustenta as sociedades capitalistas; oportunidades estas que gritam e esperneiam para ser aproveitadas, mas que, à nossa visão, vivem dentro de uma sala escura e sonoramente isolada. A internet, os livros, as revistas, toda a comunicação social, e até as discussões argumentativas que surgem ao nosso redor, são uma ínfima parte dos constantes lembretes de que a informação está na ponta dos nossos dedos, e ainda assim cedemos ao velho hábito do comodismo, prova da verdade imutável da expressão inglesa: “Old habits die hard”.

Noutros países, esta não é a realidade, aliás, é exactamente a oposta. Nos países de terceiro mundo, a falta de conhecimento e saber não é de todo uma escolha, mas uma consequência do meio sociocultural em que maior parte da população está enquadrada. Não é a formação específica que lhes falta, como a nós mas sim uma escolarização essencial, problema grave que aos poucos se soluciona se pessoas, humanos, do mundo desenvolvido se disponibilizarem a informar-se sobre a existência deste, e as possíveis soluções para o mesmo; quer seja através de causas como a WE United, voluntariado ou doações.

Concluo assim, ao usar o exemplo destes últimos países, como referência para o facto de que agora, mais que nunca, sermos pessoas informadas não só é relativamente fácil e acessível, mas também necessário. Isto, uma vez que, ao ESCOLHERMOS não usar os nossos recursos disponíveis para ajudar e nos educarmos, estamos a escolher fugir do potencial de um mundo de equidade.

 Daniela Mendes, 12º E


Se há coisa que me incomoda são "pregadores de rua", que ocupam o seu dia a espalhar a palavra, a intervir no caminho de estranhos e a partilhar os seus conhecimentos religiosos.

     Não acho que seja errado ter fé e acreditar em forças superiores, aliás, é uma condição essencial para percorrer este longo caminho que é a vida; a questão é a seguinte: as pessoas que sentem a necessidade de abordar um desconhecido e forçá-lo a ouvir sermões religiosos, na tentativa de obter mais um fiel, não acreditam verdadeiramente na sua religião, pois de acreditassem realmente em toda a sua essência, não precisavam da crença alheia. Eu, por exemplo, acredito em algo que me é superior e isso satisfaz-me; a hipótese de mais ninguém neste mundo não acreditar no mesmo que eu não muda, em momento algum, a minha fé ou a sua intensidade.

     O querer que os outros partilhem das mesmas crenças religiosas já causou milhares de guerras, mortos e feridos ao longo de toda a história: desde o Egipto Antigo, Roma Antiga, passando por toda a idade média - sobretudo a idade média- e prolongando-se até aos dias atuais. 

     Analisando as várias religiões, facilmente chegamos à conclusão de que ela têm a função de guiar a evolução espiritual das pessoas e sobretudo levá-las a praticar o bem, contudo é possivel verificar que a interpretação humana desses objetivos acaba por se tornar excessiva e incorreta, resultando em ações negativas do ponto de vista moral.

     A tolerância religiosa é um dos elementos necessários para o alcance da paz mundial. É fundamental que todos percebam que existem uma infinidade de crenças e cada individuo tem o direito de ter a sua. Não é por haver um maior número de pessoas com a mesma fé ou religião que ela se torna mais verdadeira ou poderosa.

 

Madalena Fernandes, 12º E


Voluntariado

A palavra voluntariado nem sempre é fácil de explicar, pois depende da consciência e da reflexão de cada qual. Para mim esta palavra tem um significado muito próprio, isto é voluntariado é algo que se faz, seja para ajudar pessoas, animais ou até o meio ambiente, sem esperar qualquer elemento material ou lucrativo em troca; é algo que se faz para nos sentirmos bem connosco mesmos, ajudando os outros.

Um dia gostaria de poder fazer algo relacionado com voluntariado, pois sempre me fascinou a vontade de deixar tudo para trás e de ir para outro país ajudar outras pessoas com necessidades, como construir escolas para as crianças em África, as que têm são poucas ou sem condições, ou então o resgate de animais mais uma vez em África, para impedir que sejam caçados, para fins lucrativos.

Sei que para muita gente não é fácil ou possível, largar a sua casa, o seu carro, a sua família, largar tudo e ir para outro país ajudar os outros, mas para se ajudar alguém não é necessariamente preciso largar tudo e ir para um país diferente, podemos fazê-lo no dia à dia, podemos ajudar a senhora a atravessar a estrada, podemos dar comida ao mendigo que está na rua, podemos salvar o cão que está perdido, podemos reciclar, podemos economizar água. Nós Podemos! Assim é preciso reforçar a ideia de que voluntariado não é só ir para outro país ajudar os outros, mas sim ajudar o próximo e sentirmo-nos bem ao fazê-lo.

 

Adriana Gonçalves, 12ºE


"The Great debaters", o filme

 The Great Debators (2007) é um filme construído a partir da história real de Melvin Tolson, professor da Faculdade Wiley no Texas. Em 1935, ele inspirou os alunos a formar uma equipa de debate que foi a primeira a entrar em competição com as universidades de brancos. O filme mostra o percurso que estes tiveram, os obstáculos por que passaram até ao grande debate contra a equipa de debate da escola de Harvard.

O filme cativa-me uma vez que mostra pelas dificuldades que os alunos e o professor passaram, e também porque mostra a força de vontade quer do professor, quer dos alunos.

Relativamente ao professor, este soube incentivar os seus alunos, puxando por eles, fazendo-os pensar, e desafiando-os, preparando-os simultaneamente para o debate. Fê-los acreditar que com empenho e trabalho seria possível alcançar os seus objetivos , o que veio acontecer com as múltiplas vitórias alcançadas, quer com alunos negros, quer contra duas equipas de alunos brancos.

No que diz respeito aos alunos, estes por influência do professor acreditaram que a dedicação, o trabalho e o interesse podia conduzi-los a vencer. O filme vem destruir o preconceito de que o negro tem menos capacidades que o branco, uma vez que uma equipa de debate negra podia fazer igual ou melhor que qualquer outro aluno branco.

Além disso, faz-nos refletir sobre a força que um grande líder pode desempenhar, convencendo e persuadindo neste caso alunos que acreditavam na sua potencialidade mostrando assim que a relação professor aluno é claramente determinante para o sucesso.

 

Micaela Teixeira e Sophia Oliveira.


Comida...

Precisamos essencialmente dela para o nosso sistema digestivo a digerir e processá-la em proteínas e vitaminas que, por sua vez, servem de “combustível” para todos os órgãos e músculos que fazem movimentar a “máquina”. Mas, será que a necessidade que temos de consumir comida é a única razão pela qual nós a ingerimos?

Para mim não, a verdadeira razão que me leva a “comer comida” é, simplesmente, o prazer produzido quando a taramela entra em contacto com aquela carne mal passada e suculenta, peço desculpa vegetarianos! Sei que sou um ser humano magrinho que pesa menos de 60 kg, mas o meu acelerado metabolismo impede o meu estômago de ficar cheio durante algum tempo, o que explica a minha vontade enorme de comer bolachas, 5 minutos depois de qualquer refeição.

No entanto, gosto de comida boa! Prefiro 1000 vezes comer um bom bife à portuguesa do que ir a qualquer restaurante fast-food e ingerir sabe-se lá o quê que aqueles hambúrgueres podem conter. É por isso, que fico extremamente irritado quando vejo turistas no meu país a ir ao McDonalds em vez de comer um bom bife à portuguesa, um bom bacalhau, ou até um franguinho à guia.

Apesar de ser um grande amante de comida, principalmente de carne e de peixe, existem algumas comidas que não consigo de maneira alguma lambiscar, e o marisco é um bom exemplo disso. Perdão aos amantes de marisco, mas para mim comer, por exemplo, uma simples amêijoa, é a mesma coisa que ir ao mar ter uma cãibra e sem querer engolir água do mar.

Mas enfim, gostos não se discutem, a verdade é que comida é fundamental para a sobrevivência de cada um de nós e por isso não deve ser menosprezada.

Tomás Ferreira, 12ºE

 


Jack Esqueleto

 

Jack Esqueleto é o protagonista no filme de Tim Burton de 1993 “O Estranho Mundo de Jack”.

 

Jack é um esqueleto vivo que mora na Cidade do Halloween (onde ele é rei) onde todos os monstros vivem (vampiros, lobisomens, o Bicho Papão, …). Enquanto todos os habitantes comemoram o seu dia preferido, Dia das Bruxas, e passam o resto do ano a preparar-se para o próximo, Jack é o único que está farto dessa monotonia.

 

Decidido a fazer mudanças na cidade, Jack partiu em busca de algo novo para lá da floresta que rodeia a Cidade do Halloween onde encontrou a Cidade do Natal. Encantado com o que viu, Jack tenta adaptar esse feriado à Cidade do Halloween mas resulta em desastre. Tentando consertar as coisas, redescobre o seu amor pelo Halloween e aprendeu que cada um tem o seu lugar no mundo, pediu desculpa ao Pai Natal por lhe roubar o feriado voltou ao trabalho, dando mais valor ao que tem.

 

Sobre o filme e a personagem, aqui.

 

Daniel Capela, 12º E